Diário de 2 de Março a 19 de Abril - S.TOMÉ

Este "post" é dedicado a todos aqueles que ao fim de 8 meses ainda anseiam por noticias nossas, exigindo-me semanalmente a actualização do blog, bem como aos nossos amigos, que com mais ou menos esforço não quiseram perder a oportunidade de nos visitar:

À Carolina e ao Francisco que adoraram a gente local, o mergulho e a fotografia, à Béu e à Isabel que se deslumbraram com a história e beleza da ilha, com a temperatura da água do mar e com o sossego verdejante da praia de Santana, à Táta que mesmo extenuada com tanta brincadeira, deleitou-se com o magnífico peixe e frutas da ilha..
À Paula e ao Rui Lucena, ao António e à Maria, que tivemos a oportunidade de vos conhecer melhor em S.Tomé, um obrigada por nos terem procurado, pois proporcionaram-nos óptimos momentos de convívio.
Aos nossos novos amigos Carlos Maio e Dulce que partiram para Lisboa, depois de uma temporada em S.Tomé, até Lisboa, onde retomaremos os nossos jantares.

Feitas bem as contas já lá vão 12 relatos desde que iniciei esta aventura de escrever num blog. Comecei por faze-lo para acalmar os ânimos de quem nos viu partir,como diz o Miguel, com a casa às costas, mostrando que embora numa realidade muito diferente, desde que haja vontade e que se queira, é possível viver-se feliz com muito menos do que aquilo a que estávamos habituados, em praticamente qualquer parte do Mundo.

A mudança do estilo de vida é abrupta, estranha-se de inicio, mas rapidamente se entranha, e em menos de nada questionamos o nosso modo de viver de sempre e o que é realmente a felicidade.

São apenas 6 horas que nos separam da Europa, mas os ritmos, as cores e os cheiros do dia-a-dia, fazem-nos sentir noutro mundo distante, onde “seres” como a globalização e a crise Mundial, não passam por estas paragens.

Cumprida a missão inicial que me levou a criar este blog, aproveitarei os próximos para, por detrás de olhos experientes, vos dar a conhecer um pouco mais da Ilha e da vida de S.Tomé.


a chegada do peixe fresco que as vendedoras vêm buscar para vender no
mercado ou nas ruas
peixe fresco
peixe seco/salgado – ingrediente obrigatório de muitos pratos S.tomenses
venda de legumes e fruta à porta do mercado
transporte de apetrechos domésticos depois de lavados nas fontes publicas

(fotografias retiradas do excelente blog "Viagem a S. Tomé e Príncipe"(http://viagemastomeprincipe.blogspot.com), que vos convido a visitar

Por último, como não podia deixar de ser para os mais saudosos da família Figueira, deixo-vos a seguinte nota:

No dia 2 de Março o nosso sossegado menino, a correr atrás de uma menina estampou-se na escola, abrindo um grande lanho no sobrolho, que só viria a fechar com 6 pontos, dados no “Hospital Central”, após perfilamento dos médicos e enfermeiros, que horrorizados com os berros do pai Zé, acudiram em massa.
Revelando-se mais uma vez um valentão, fui eu quem desta vez ficou sem pinga de sangue e que vi o chão fugir-me debaixo dos pés .

Por ultimo ainda não tendo a destreza dos jovens Sãotomenses, mas já surfando, o Zezinho “vestindo-se de guerreiro” fez-se ao mar, pescando um magnífico Marlin. A sua coroação e da ajudante Kika foi o momento alto do dia.

Diário de 23 de Janeiro a 1 de Março - S.TOMÉ

Pois é queridos amigos, passou-se mais de um mês desde a nossa última aparição, sem quase darmos por isso.

Em Janeiro e Fevereiro à medida que o tempo e a água aqueciam, sem que a chuva dê-se o ar da sua graça, o tempo voo, obrigando-nos a aproveitar cada vez mais os fins-de-semana, já que o meu dia-a-dia passou a ser ocupado no Hotel Pestana S.Tomé, onde comecei a trabalhar.

De todos os passeios que demos, destaca-se de modo consensual como o melhor, a volta à ilha de Barco.

Com saída do pontão às 6:00 da manhã, no dia 11 de Fevereiro embarcamos numa das 30 embarcações que, acompanhadas por meia dúzia de motas de água, partiram para o Sul, em direcção ao Ilhéu das Rolas, onde para além de passarmos uma tarde fantástica pernoitamos, retemperando as forças para o regresso no dia seguinte.
Foi um passeio fantástico, que nos permitiu conhecer a ilha de S.Tomé vista do mar, bem como disfrutar de magníficas praias e baías inacessíveis, de uma beleza inenarrável onde mergulhamos vezes sem conta, sem nos cansar (à excepção do nosso Zezinho que não deixou passar a sua sestinha das 10 da manhã em claro).

À medida que nos afastávamos das margens, cruzavamo-nos com golfinhos e tartarugas, que enquadradas com a densa vegetação da ilha e o seu relevo acidentado, pintavam o espectacular quadro de cores luminosas, que ainda hoje nos espantam e surpreendem.

O regresso à cidade no dia seguinte, após a subida ao marco do Equador, que apesar de ser feita ás 8 da manhã nos deixou sem pinga de água, foi feito pelo lado Sueste da ilha, onde avistamos as praias de areia branca do Sul e nadamos com as crianças nativas na baía de Angolares, sentido ao longe os odores do almoço preparado na Roça dos Tachos, que despertaram o sono pesado do nosso Zézinho.

Por último fica o registo do Carnaval dos nossos meninos. Encomendadas as mascaras no inicio de Fevereiro, a tempo de cá chegarem, a nossa Kika brilhou como uma estrelinha, enquanto o Zeco desembainhando as suas facas, dava golpes fatais de Ninja.

Diário de 5 de Janeiro a 22 de Janeiro - S.TOMÉ

Depois de passado o Natal em Portugal, que muito bem nos soube, onde podemos calçar as nossas meiazinhas, sentir o cheio da lenha e visitar os nossos amigos regressámos no dia 5 de Janeiro a São Tomé.

À chegada ao aeroporto, bastaram 2 minutos para tirarmos as camisolas interiores, os casacos e para que o calor húmido se entranhasse na pele.

A nossa Pipa aguardava-nos em casa cheia de saúde mas muito amuada, sendo preciso uma semana para nos voltar a “falar”.

Durante a semana para além do fogo que deflagrou na casa da nossa empregada queimando-lhe 1/3 da casa, tive a oportunidade, no dia em que houve corrente elétrica, de visitar um ilustre dentista da cidade, que no seu consultório ao estilo dos anos 60, com cadeira manual e broca a pedal me tratou um dentinho acabado de partir.

Para o regresso não ser tão abrupto, almoçamos no fim-de-semana no Hotel Pestana S.Tomé na companhia do Sr. Director Geral, desempenhando os miúdos o papel de animadores da piscina na parte da tarde.

Na semana seguinte a nossa Kika recebeu um o presente à muito prometido: 2 papagaios bebés, o Cacau e a Carambola. Coube ao pai Zé assumir a paternidade já que o Zezinho achou os “piriquitos” feios e sem pelos no pescoço.
As 3 refeições diárias, altamente nutritivas preparadas pelo pai Zé, garantem-nos diariamente um acordar atempado e infalível.

No dia 17 de Janeiro, a convite do Estado Santomense , nós e as mulheres dos elementos portugueses da PSP, que ministraram um curso em São Tomé, tivemos a oportunidade de assistir à cerimónia de encerramento, efectuado no âmbito da missão de cooperação Portuguesa.

O Zezinho estava extasiado, entre manobras de carros, números de defesa pessoal e tiros, mostrou a sua bravura aos novos elementos são-tomenses, bravura essa constatada à muito pelos técnicos Portugueses. Fica a fotografia da corporação.