Diário de 14 de Outubro a 22 de Outubro - S. TOMÉ

Para complementar os óptimos fins-de-semana que temos tido, iniciamos no mês de Outubro a ronda de jantares.

Em nossa casa, ou em casa de amigos, independentemente do dia da semana, apreciar Calulu de Peixe ou de Galinha (comprada e transportada viva no meu jipe, URGGG), Muqueca, Barriga de Andala ou Barracuda, seguida de pasteis de nata da pastelaria Cajú, tornou-se um habito salutar, alargado sempre aos amigos dos nossos amigos, que se encontram de visita a S.Tomé.


Entre escolas, compras no mercado (onde os ovos e a maioria dos legumes é vendida à unidade e a alface à folha), e o trabalho do Zé que funciona ainda em horário europeu, a semana vôo e rapidamente chegamos ao tão desejado Domingo – o dia em que nos estava prometido o nosso batismo de mergulho.

A convite do nosso amigo João Santos, belíssimo instrutor experiente em mergulho, partimos às 6:30 de barco da praia Lagarto, em direcção ao ilhéu das cabras, levando na lancheira um farto pic nic: um peixe enorme pescado na véspera e assado “au moment” numa gruta na ilha, como se da série “survivors” se tratasse, salada russa, panadinhos e um excelente bolo de chocolate..., tudo comidinho, antes das 11 badaladas da manhã.


Munidos de todo o equipamento de segurança e dada a mestria do instrutor, após uma breve lição teórica, eu, o Zé e a Kika (cada um a seu tempo) em menos de 15 minutos, respirávamos como peixes debaixo de água.



De descrição difícil, imaginar nadar dentro do enorme aquário do Oceanário do Parque das Nações, talvez seja a forma mais próxima de explicar o que vimos.

Do mergulho, em que as imagens falam por si, recebemos um lindíssimo presente, que vos enviamos, acompanhado de um grande beijinho dos nossos meninos.

Não mergulhando, mas não querendo ficar para traz, o Zezinho mostrou-nos pela primeira vez, ser capaz de se manter à tona da água, sem braçadeiras.

Antes de dar-mos por concluído este magnífico dia, o Zé seguido de imediato por 3 casais, subiu ao farol situado topo do ilhéu, e registou mais um lote de lindíssimas fotografias.


No regresso, por volta das 16h, parámos na praia Gamboa, deixando em casa um dos nossos tripulantes, o Marlin.

Diário de 2 de Outubro a 13 de Outubro - S. TOMÉ


A primeira quinzena de Outubro, correu bem, e com as happy hours do Café e Companhia á vista (todas as 5ªfeiras ao final da tarde), entramos numa espécie de estágio para o fim de semana, que é sempre o período mais desejado uma vez que nos permite passear e consolidar o nosso Blogue com magníficas fotografias.

Esta quinzena assistimos pela primeira vez a um espectáculo de rua, a festa em honra de Nossa Senhora de Gadalupe, no dia 5 de Outubro – também celebrámos anos de casados.
As ruas encheram-se de gente local ou oriunda de terras próximas, que chegavam de mota ou em enormes carrinhas de caixa aberta, para assistirem à missa, à procissão e ao desfile de figurantes que cantando e dançando enchem de alegria as ruas de Guadalupe que exalam o cheiro de festa feirante.
A confusão era mais que muita e o cuidado para não atropelar ninguém, teve que ser redobrado pois as crianças serpenteavam os carros como se de árvores se tratassem.
A nossa passagem também não passou despercebida pelos Santomenses.

No fim-de-semana de 12 de Outubro fomos ao Club Santana.
De rara beleza, esta estância de turismo Francesa conjuga lindíssimas flores existentes com o verde da vegetação e com uma baia de água temperada azul.
Marcos do correio portugueses de 1912 enfeitam os jardins.
Inserido num complexo turístico, tomar uma refeição ligeira, apreciar o buffet de sábado à noite ao som de Kalu Mendes, ou “pegar barco” para visitar o ilhéu Santana (ilha vulcânica ao largo) e os milhares de andorinhas que aí fazem ninho, tornam este local singular, um dos mais apetecíveis de visitar.
Deixo-vos o registo da emoção da viagem vivida, bem como do exterior e interior do ilhéu, desta vez visitável dadas as óptimas condições marítimas.

À vinda do ilhéu, encontramos um casal de agricultores que recolhiam Andi (fruta da palmeira) para fazer óleo de Palma, e que adoraram tirar fotografia com cria di branco.

Diário de 20 de Setemro a 1 de Outubro - S. TOMÉ

Passados os primeiros 15 dias, quando nos sentíamos aclimatizados, entrámos no período da estação chuvosa (que dura até Maio/Junho) tendo no mesmo dia períodos de chuva forte que alterna com abertas quentíssimas.
Aumentando progressivamente os níveis de humidade, a função respiratória vai-se adaptando sem grandes complicações, e a pele vai se mantendo sempre hidratada. No entanto os “dias tornam-se cada vez mais pesados”, impossibilitando-nos de nos mantermos acordados após as 21 h.

Em termos sociais, a ultima semana de Setembro é vivida com grande ansiedade pelos jovens finalistas São-tomenses, que anseiam por uma oportunidade para estudar no estrangeiro.
Embora portadores de bolsas, a indisponibilidade financeira para adquirir o visto, o passaporte ou a viajem de ida, bem como modo de subsistência no destino, impedem muitas vezes a sua partida.


À semelhança das semanas anteriores, nos fins-de-semana partimos novamente à descoberta. Desta vez destacamos dois dos locais visitados, não só pela sua beleza, mas também pelas emoções vividas:

Roça monte café e cascata S. Nicolau

Das 3 roças já visitadas (Bombaim, Água-ize e monte café), Monte Café foi a roça que mais nos impressionou dada a sua dimensão, bem como o conjunto de infra-estruturas e equipamentos existentes outrora operacionais.
De traços coloniais destaca-se um enorme Hospital, que funciona apenas uma vez por semana para consulta externa, bem como todo um conjunto de máquinas concebidas e montadas para a colheita, tratamento e armazenamento de café, inoperacionais à mais de 15 anos.
As instalações de um infantário, bem como uma capela são as únicas provas vivas da roça há 30/40 anos. A recuperação de uma dependência para instalação do museu do café, parecem-nos ser a solução encontrada para revitalizar a roça há muito adormecida.
Fica o registo da recepção de boas vindas que nos foi dada (com os morangos da terra / as nossa s amoras), incluindo a pipa, bem como do novo sistema de chapéus-de-chuva que pretendemos patentear quando chegarmos a Lisboa (folha da bananeira).

À vinda parámos em mais uma cascata natural – a cascata de S.Nicolau, onde a nossa Pipa tomou um banho tão bom, que tivemos que arranjar uma maneira, menos convencional, para a rebocarmos para casa.